sábado, 21 de maio de 2016

CEMTN: meu futuro começou lá

CEMTN. É díficil dizer como o CEMTN mudou minha vida e minha própria essência. Está muito além de mim tentar descobrir cada nuance dessa transformação.

Mas não há escola que sentirei mais gratidão e saudade do que essa. E não há  professores que querei  guardar no coração, mais do que esses.

Como não lembrar de Dan Keplinger, do Filtro Solar, da Linha do Tempo ou da Gincana Sociológica?

A sociologia entrou em minha vida de uma forma que jamais poderei tirá-la de mim. Não há volta. O mundo nunca foi um lugar solitário em que nossas atitudes não o afeta e em que não somos afetados pelo o que está ao nosso redor. Aprendi lá, desde o primeiro dia, que algo em nós precisa mudar, para que deixemos de procurar sonhos que não são os nossos, e lutar por conquistas que não nos farão melhores.

Foi do CEMTN que surgiu minha vontade de mudar o mundo, não o meu mundo, mas o de outrem. Através de pensamentos vagos, quis criar uma ONG com a Brenda e alguns outros, que jamais saiu do papel, movido  por um desejo forte, mas também por certa imaturidade. Embora minhas ideias não tenham saído do papel, os ideais (esses sim, intangíveis), continuam enraigados profundamente em meu ser, de tal forma que ainda hoje tenho como objetivo de vida, transformar o mundo ao meu redor, através da colaboração. É verdade que ainda sou mesquinho demais, que ainda não tenho a maturidade para ver com clareza cada oportunidade de realizar pequenos gestos que somados, farão a diferença. Mas sou humano, e ser humano é ter a esperrança como suspiro eterno, mesmo quando a realidade ainda é só um sonnho.

No CEMTN tive a oportunidade de começar uma vida nova, desde o primeiro dia. Nunca escondi de ninguém o meu passado, embora poucos o saibam. Pude conhecer pessoas fabulosas, que guardarei para sempre no coração, pessoas que me dão uma saudade imensurável. Amizades que embora tenham ido embora, ainda guardo de forma singela.

Eu gosto de contar como tive a sorte de no primeiro dia de aula ter entrado, por acidente (prefiro a palavra destino), na turma errada, sentado em minha cadeira, ansioso por um ensino médio memorável, e ter encontrado nas falas do Mestre Rogério, uma vontade incontrolável de nunca deixar-me tornar um piruá. Como fiquei encantado, fascinado, lisonjeado ao ouvir o Mestre Rogério falando com tanto encanto, e ainda assim, de forma tão impactante. Eu esperava tanto do ensino médio, dessa nova fase da minha vida, e recebi muito mais do que esperava. Tive a sorte de ter o primeiro dia de aula com o Rogério, e também o último, do meu primeiro ano. E jamais voltarei a pensar que existe Macaco na Dinamarca ou que as casas são todas iguais!

São tantas memórias que tenho, que é difícil de organizá-las.

No entanto, tenho que dizer, que o CEMTN nunca foi um lugar perfeito. Sempre questionei a forma "autoritária" e "não-liberal" em que o mesmo funcionava. Como contraponto, talvez seja essa forma rígida e ao mesmo tempo que não cercea a criatividade e vontade dos alunos, que contribuíram para o CEMTN se tornar uma escola com ensino tradicional repeitada, e ao mesmo tempo que ensina tantas coisas não-tradicionais (e que fazem toda a diferença).

Como podem notar (me perdoe, Delma), sou um pouco tendencioso para falar de sociologia e do Rogério. Mas o CEMTN não é só isso, é muito mais. É todo um mundo multidisciplinar que em cada pedacinho faz uma diferença enorme em nossas vidas. O Literatura em Cena é um dos projetos que mais sinto falta e arrependimentos na minha vida. Eu gostaria tanto de ter sido menos mesquinho, orgulhoso, tímido, etc. e ter aproveitado mais essa IMPORTANTÍSSIMA atividade cultura. É engraçado, mas é o que eu mais sinto falta no CEMTN (é verdade, Delma).

As Olímpiadas CEMTN é outra atividade cultural que sinto muita falta, e que também me arrependo por não ter dado mais valor.

O CEMTN é isso: um lugar em que encontrará ensino de qualidade (Zionora, Angela e Daisy, apenas para citar alguns ainda não citados); projetos que mudarão a sua vida. Professores que você guardará no peito para sempre (Delma e Rogério <3 ), amizades que marcarão sua vida. Oportunidade para se transformar e ver a vida sob outra perspectiva; Projetos fabulosos que te levarão a um estado de cansaço e satisfação igualmente inimagináveis; Lembranças que nunca serão apagadas; Pensamentos e sonhos que você jamais imaginou ter.

Enfim, o futuro começa no CEMTN. E como sou grato por ter tido a oportunidade de estudar no CEMTN. Jamais fui o mesmo e duvido que alguém continue o mesmo após ter passado por lá.

P.S.: Meus pensamentos soltos tiveram origem no CEMTN.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Filme e reflexão: Mr. Nobody (Sr. Ninguém)

Que vida você teve? Cada escolha que fazemos é um caminho sem volta. 
Não podemos voltar. Por isso é difícil fazer escolhas. É preciso fazer a escolha certa. Enquanto não se escolhe, tudo permanece possível - Mr. Nobody.
A vida é um conjunto de escolhas, que às vezes achamos ter sob controle, gastando tempo pensando em todas as possibilidades, fantasiamos e planejamos o futuro. Enquanto os sonhos são dimensões que criamos, onde podemos construir com precisão os caminhos que traçamos e determinar suas consequências.

Ninguém gosta de sair do sonho e se deparar com a realidade, Mr. Nobody não é diferente. E se houvesse a possibilidade de fazer de cada escolha, uma vida - lembranças tão vivas que se confundem com a realidade?

No momento em que temos ciência das nossas ações, ou nos esquecemos das possibilidades infinitas que deixaremos para trás e fazemos uma escolha, ou nos jogamos ao acaso. E qual a probabilidade de nos arrependermos? Qual a possibilidade de querermos voltar no tempo? Ninguém gosta de fazer escolhas sem ter ciência das consequências, Mr. Nobody pensa assim também.

O Principio da Entropia já havia me perturbado quando tive o prazer de ler a "Brevíssima História do Tempo" (Stephen Hawking, 2006). Como ter fé que tudo ficará bem se a ciência garante que o universo tende à desordem? Cada segundo que passa o universo se torna um caos maior e irreversível. A própria viagem no tempo contradiz o principio da entropia: é impossível voltar a um estado de menos desordem. Mr. Nobody me fez lembrar disto e dos medos envolvidos.
Por que lembro do passado, mas não do futuro? - Mr. Nobody
Não podemos lembrar do nosso futuro, pois ele é um caos imprevisível. Mas seria possível trilhar por cada caminho produzido em cada escolha que fazemos? E se eu tivesse partido? E se eu houvesse lhe dito 'oi'? E se eu não tivesse feito aquilo? Para aqueles que temem perder uma possibilidade, cada segundo que vive ou se torna um arrependimento ou se torna uma lembrança a ser ignorada.

Podemos nos amarrar nas possibilidades, temer as escolhas. Mas quem você seria? Qual vida escolheria? Qual o destino que lhe faria mais feliz se pudesse prever todos? Há apenas um caminho a seguir, sem volta, qual seria sua escolha?

Não há respostas! Não se pode ter medo do caminho a ser trilhado.
Tudo poderia ter sido outra coisa e teria o mesmo tanto de significado - Tennessee Williams
Mr. Nobody pode ser um filme confuso, talvez sem nenhum sentido. Mas o que é a vida? Caminhos sem volta, os quais temos medo de trilhar. Ninguém gosta de ter que escolher a vida que terá, Mr. Nobody idem. É um filme filosófico, cheio de contradições, porém, são as mesmas que enfrentamos todos os dias.

Há pessoas que dizem que sou indeciso. Mr. Nobody me fez entender que a indecisão é a vontade de viver tantos caminhos quanto os que nos são apresentados. Há quem goste de não voltar atrás, quem mude de ideia o tempo todo, e quem não se move de forma alguma. Ninguém faz tudo ao mesmo tempo!

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Por que filmes são tão importantes? E quais?

Às vezes as pessoas ao meu redor me perguntam por que eu não gosto de filmes normais ou por que eu gosto de filmes que ninguém gosta, e, na maioria das vezes, fazem essas perguntas de forma retórica, sem querer saber o real motivo. Na minha opinião, eles apenas estão expressando a sua intolerância ou incompreensão quanto ao meu gosto pessoal. Mas já me acostumei com isso.


A maioria das pessoas preferem ir aos cinemas apenas para se divertirem, e, usualmente, isso significa assistir filmes dos gêneros ação, comédia e terror. Eu entendo essa necessidade, mas eu quero explicar neste texto porque os filmes são tão importantes para mim e que tipo de filme.


Desde que uma amiga me presenteou com uma lista com alguns dos seus filmes favoritos que eu TINHA que assistir(sim! Nossa amizade estaria arruinada, se eu não tentasse), meu gosto por filmes mudou drasticamente, e eu tenho que dizer, nunca mais fui o mesmo.


Jamais me considerei um fâ de filmes até aquele momento. Claro que eu tinha minha lista de favoritos, grande parte era de ficção científica. Assim como a maioria das pessoas, quando eu pensava em filmes brotava na minha mente diversão: qual filme me proporcionará mais prazer?


Após assistir filmes como:
  • 12 homens e uma sentença;
  • Laranja mecânica;
  • Beleza americana;
  • A onda;
  • Donnie Darko;
  • A pele que habito;
  • Amnésia;
  • Sentidos do amor;
  • Perfume: a história de um assassino;
  • Réquiem para um sonho;
  • Shame.


Eu comecei a apreciar filmes de outra maneira. Eles deixaram de significar apenas diversão. Agora significam: imaginação, pensamento crítico, perspectiva, realidade, oportunidade! E eu realmente desejo que as pessoas parem de ter esse conceito distorcido de que filmes são apenas uma diversão efêmera.


Sim, eles são divertidos. Mas não nessa linha ridícula de pensamento de que há apenas três tipos de diversão:
  1. Sustos
  2. Risadas
  3. Tensão


Filmes são como livros, mas nos livros o diretor é você. Você tem a tarefa de construir o mundo, as personagens, as cenas. É muito bom sentir que você é responsável pela estória. Acredito que essa é a razão para pessoas gostarem tanto de livros: gostamos de ter o controle. Somos a audiência e o diretor, ambos ao mesmo tempo, e essa sensação é incrível.


Mas filmes… Bem, filmes são uma oportunidade de deixar um verdadeiro diretor mostrar sua perspectiva de uma estória. E isso é fabuloso. Cada filme tem uma perspectiva e sensação única.


Não é sobre a estória em si. É sobre a trajetória que se percorre até chegar ao ponto em que se olha para a tela e se diz: bem, eu aprendi/senti algo novo!


Pode ser uma nova sensação, uma nova ideia, uma nova perspectiva sobre algo que você já sabia, ou uma forma diferente de contar uma estória. Novamente: o importante  é o caminho e não o resultado.


Você pode odiar o final. Pode odiar como o filme é lentamente executado. Mas veja o conjunto! O que você percebeu? Notou a câmera movendo-se de forma trêmula e inconstante, ou os atores se tornando as personagens e não apenas atuando? Notou como a trilha sonora muda de acordo com o cenário? Sentiu o cenário se adaptando ao sentimento das personagens? Como os cortes de cena te arrastam para dentro da estória? Ou ainda pior, como o diretor atinge diretamente seu estômago e te faz sentir nauseante, incomodado, querendo parar o filme a qualquer custo?


Claro, às vezes não há diretor, ator, ou profissional do cinema que consiga abrir nossos olhos. Mas talvez seja por conta do nosso preconceito. Tentamos a todo momento impor nossa perspectiva ao invés de aceitar a experiência cinematográfica por completo.


Assistir filmes não é sobre escolher a estória que você quer sentir. É sobre deixar alguém contar-lhe uma estória de uma maneira que você jamais conseguiria imaginar.


Não importa! Quando você está num cinema, o único filme ruim é aquele que não te oferece uma sensação completamente nova.


As pessoas assistem filmes esperando diversão. No entanto, eu espero cisão! É sobre uma estória que você não sabe como irá se sentir durante a projeção. Mais do que isso. Como toda estória, cada um terá uma opinião diferente sobre o filme, provavelmente ninguém irá capturar a visão exata do que o diretor, atores, e envolvidos estão querendo transmitir. Porém, esse é o objetivo! A mensagem foi transmitida, às vezes a entendemos, as vezes enxergamos além do que é passado, às vezes não fazemos ideia de por onde começar a tentar entendê-la, às vezes temos uma grande ideia. O que importa é que uma diminuta parte de nosso coração/mente se transformou de uma forma que talvez nunca iremos notar, mas que certamente irá ajuda a construir nosso caráter, mente e perspectiva do mundo.


Filmes são excelentes oportunidades de aprender sobre a vida, as pessoas, e as estórias envolvendo essas duas entidades. Está na hora de levar a sério os filmes e como eles podem fornecer uma experiência espetacular, assim como as demais artes. Os filmes são a sétima arte, e como Ricciotto Canudo disse em outras palavras: os filmes são uma arte em que todas as outras se encontram.

Não é apenas um espetáculo para as massas. É um conceito (ainda novo) de arte, que devemos aprender a apreciar.


Obviamente, ainda haverá filmes que gostaremos apenas pelos sustos, risadas, e toda minúscula parte que apenas nos impede de sentir o tempo passar. Porém, não deixe aquele pequeno pedaço de céu (ou inferno), que poderia transformar seu dia e sua vida, passar despercebidamente pelos seus olhos


Assista a mais filmes! E faça-o sob uma nova perspectiva a cada vez.


P.S.: Agradeço e dedico esse texto a minha amiga L.D. que me fez enxergar o mundo sob uma nova perspectiva, além de fazer minha paixão por filmes despertar!

sábado, 3 de agosto de 2013

Poema: Translações Repetidas

Andando vazio sobre o mundo
Julgando pessoas em um segundo

É assim que a vida se esvai
Procurando a si mesmo no meio de tantos

Mas isso não é sobre ser grande
Não tem nada a ver com o que se esconde
É sobre mudanças e sofrimento

E não adianta se sentir bem
Não adianta fazer a roda do tempo girar

Por mais que se ande
O mundo não muda
Pois sempre foi o mesmo mundo
Repetindo-se a cada translação

Julgam sem saber
Morrendo a cada dia dentro de mim

Não é sobre mim
É sobre quem está lá fora
Esperando para ver o orgulho vencer

E se o orgulho em mim for tão grande quanto
Então sempre foi assim

Achei que poderia mudar alguns
Sabendo que mudaram a min
Mas não adianta,
Isso não é sobre mudar outrem
É sobre ser sincero nas atitudes

Já os olhos, não se fecham mais
E quem foi belo outrora
Se mostra incipiente sob a luz

Isso não é sobre se sentir sozinho
É sobre saber que há instantes que se deve voltar as origens
Não é sobre mim
É sobre quem nunca tentou me entender
Querendo que eu os entendesse.

E a cada rotação
Não me vejo mais triste
Apenas mais preparado para um novo futuro

Não é sobre viver
É sobre saber com quem se vive...

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Poema: Ode ao Ódio


Querem me ver humano
Sensível, ouvinte e crítico
Perpetuado pelo amor

Mas me da ódio a hipocrisia do mundo
Me da ódio ver meu mundo corrompido
Meus desejos sendo transformados em pó
Sentimentos em puro ódio

E se querem-me humano
Não me corrompam!
Não matem minha alma
Não torturem minha vida

Não há um ser nesse mundo a qual eu culpo
Mas dou minha vida
A quem ouvir minha agonia,
e de coração se dispor a me tornar novamente vivo

Já vaguei por esse mundo sozinho
Já julguei os loucos e destemidos
Me transformei, achando que o mundo me queria bem

Vaguei por caminhos desconhecidos
Tentei virar todas as páginas do meu passado
Tornar quem eu amo ser

Mas não há como!
Não se pode lutar contra todos
Te machucam, te impedem de ser bom

Não se preza pela virtude
Não se preza pelo esforço em ser melhor

Aprendi milhares de coisas
Neguei muitas
Me esforcei ao máximo por algumas
Mas de que adianta?
Não vale a pena “ser”

“Ser ou não ser”
Já está fora de questão
Se me negam quem eu sou
Então negarei com ódio a tudo que vejo
Perpetuarei a dor como tanto querem
E me jogarei ao abismo sem fim

Pobre daqueles que se arrependerem
Sou forte
Mas não resisto a influencia do mundo
Mundo podre e hostil!
Obrigado por nada!

E quem acha que morri
Muito pelo contrário
Apenas renasci com o ódio que me pediram
Já não luto mais contra o mundo!

O mundo muda e a gente aprende a mudar!